quinta-feira, 15 de outubro de 2009

História do Judaísmo

A aliança com Abraão e os Patriarcas. (1800- AEC)


Abraão fala com os anjos
O Judaísmo יהדות é a primeira religião monoteísta da história, foi a partir de Avraham אברהם que o Senhor D-us fez uma aliança, a chamada "Aliança Abraamica", foi então que D-us fez de um só homem, a partir de Ur na Babilónia disse a esse homem para saír de sua terra em direcção a Canaã, a Terra Santa, e dele fez um povo numeroso que seria e é o "Povo Eleito", daí pai de nações é o significado do seu nome, devido ao facto de ser o patriarca das três grandes religiões da revelação, chamadas de religiões Abraamicas, ou monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão, em Abraão encontram-se Moisés, Cristo e Maomé.
Mas o mais curioso é que Abraão e Sara não conseguiam ter filhos, e Abraão duvidava, até que teve um filho com a escrava da sua mulher Agar e nasceu Ismael יִשְׁמָעֵאל, mas o Senhor não queria assim, quis sim um filho legitimo vindo de Sara que foi mãe aos 90, Abraão foi pai aos 100, e a Aliança dizia que aos 8 dias o menino e todo o varão do clã de Abraão teriam de ser circuncidados, daí o nome do filho é Isaac יצחק, que junta os números cabalísticos 100, 90 e 8 da raiz do verbo rir. No entanto D-us  testa a fidelidade de Abraão, e após mandar expulsar para o deserto Ismael e sua mãe, pede o sacrifício de Isaac, e vê a sua fidelidade absoluta, dando-lhe em troca um cordeiro sacrificial, daí vem a tradição hebraica de sacrifícios no templo, contrastando com os outros povos bárbaros que cometiam infanticídios e sacrificios humanos em nome de deuses falsos.

O cativeiro no Egipto e o Êxodo. (1650-1260 AEC)

Moisés abre as águas do Mar Vermelho
Após Abraão, Isaac foi pai de Jacob יעקב que o anjo mudou o nome para Israel יִשְׂרָאֵל,  este de 12 filhos dos quais se formariam as dose tribos de Israel, seus filhos são Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim e uma filha Diná.
José יוֹסֵף, através do qual o clã desceu ao Egipto, onde o povo acabou por viver em cativeiro por 400 anos, como havia sido dito pelo próprio D-us a Abraão. É no cativeiro do Egipto, que nasceu um líder que os irá libertar Moisés משה, que se revoltando descobre as suas origens hebraicas e de ter sido salvo das águas de um rio por uma princesa egípcia de nome Seth,
Vai para o deserto e de lá casa, tem filhos até que D-us o chama no cume do monte do Monte Horeb, onde D-us o nomeia libertador do povo hebreu.
Após as sucessivas investidas de Moisés e Araão, e as pragas de D-us culminaram na fuga do povo hebreu do Egipto, através do mar Vermelho o povo pisou chão seco e o atravessou em direcção a 40 anos no deserto.
Nesse tempo Moisés dá a partir do Monte Sinai, os 10 primeiros dos 613 mandamentos da Toráh, que é a Instrução do judaísmo, e criou-se o Tabernáculo, ninguém daquela geração entrou na Terra Santa.

A Conquista da Terra Santa e os Juízes (1200-1055 AEC)

Conquista de Jericó
Após a conquista gradativa da Canaã, com o seu líder Josué יהושע e o seu desaparecimento, criou-se um vazio, pois não havia uma unidade nacional, o país estava dividido em 12 tribos, liderados por seus próprios Patriarcas, tendo apenas a religião, a língua e as tradições culturais como ligação, cada tribo tinha os seus Juízes שֹּׁפְטִים, que eram homens santos ligados à Religião e à observância da Toráh bem como aos sacrifícios no Tabernáculo.
Mas o povo, entendeu que só uma monarquia forte, como tinham os países vizinhos, e portanto um Rei que os unisse, é que lhes poderia proporcionar vitórias, conquistas e paz.
Assim o Juiz Samuel שְׁמוּאֵל nomeou Saul שאול da tribo de Benjamin בִּנְיָמִין, como o primeiro Rei de Israel unificado.

O Reino Unificado de Israel  (1055-931 AEC)

Saul ataca David
Uma vez coroado Samuel, começa a governar Israel e o conduz em vitórias, mas começou a entrar em decadência ao cometer transgressões no seu reinado, que o levaram a perder a graça divina, ao invés de se reabilitar Saul cometeu pecados mais graves que acabaram por lhe custar a vida na sua ultima batalha, e lançar o pais na Guerra Civil pela sucessão, opondo o filhos de Saul a David דוד, este último já havia sido nomeado por Samuel, para o substituir, e só assumiu o Reinado de Israel após a morte de Isboset I, filho de Saul.
O reinado de David foi dos mais notáveis da História de Israel, conquistando Jerusalém e fazendo dela a Capital do Reino de Israel, no entanto não Conseguiu construir o Templo, o que só foi realizado por seu filho Salomão שלמה, rei de grande sabedoria.Foi um rei amado por muitos, tanto de Israel como de reinos vizinhos, Construiu o 1º Templo de Jerusalém, mas também cometeu pecados por ter casado com mulheres estrangeiras.


Divisão e Cativeiro  (931-586 AEC) 

Daniel na cova com os leões
No fim do reinado de Salomão, o Reino divide-se entre Israel e Judá, com diversos reinados e guerras civis encarniçadas, pelo meio o pecado da idolatria, e o castigo seria o Cativeiro da Babilónia e Assíria, o cativeiro teve um impacto enorme na vida e religião do povo Israelita, pois tiveram que adaptar a praticar a religião sem o Templo que fora destruído a 9 de Av, daí o jejum de Tesha BeAv תשעה באב. A toráh foi o grande alicerce do povo judeu no exílio. Desse tempo muitos relatos saíram para a Tanakh, como o livro de Ester, o profeta Daniel entre outros livros e histórias que marcaram o povo judaico nesta fase. O que marcou este período foi o aparecimento anterior à conquista de Nabucodonossor, dos profetas que, avisavam e profetizavam o que poderia acontecer, se Israel não se arrependesse de pecar pela Idolatria e desobediência, uma outra consequência do Cativeiro da Babilónia foi a diáspora, e separação de muitos judeus e 10 das doze tribos. Um dos Profetas ditos maiores dessa época, foi Daniel דניאל,  ele que até hoje tem profecias que se cumpriram no fim dos Tempos.

O Período do Segundo Templo  (450 AEC a 70 EC)

Templo de Herodes
Este período Relata, desde a Reconstrução do Templo por Neemias, até à Destruição do Segundo Templo feito por Herodes, já no ano 70 EC pelos Romanos. Passando Claro pela colonização Helénica de Alexandre o Grande.
Os judeus estavam ansiosos por independência, haviam sido colonizados sucessivamente por vários povos uns atrás dos outros, esperavam pois por um líder Religioso que libertasse o país e o conduzisse à prosperidade, daí a espera no Messias משיח. Foi uma época rica do ponto de vista filosófico e teológico, tais como o Rabbi Hillel, contemporaneo de Jesus Cristo, e surgiram também  muitos movimentos como os zelotas, Essénios entre outros.

A Diáspora e o novo judaísmo (70-1500 EC)

Saque do Templo
Com o fim das guerras Romano-Judaicas, e a Derrota de Bar Kocbah שמעון בר כוכבא, nasce uma nova Diáspora. O massacre de "Massada", os milhares de judeus crucificados, e um povo sem templo, partem por expulsão para o exílio em todas as partes do mundo. Os judeus até então compreendiam grupos como os Fariseus, Essénios, Zelotes, Saduceus, nasce o judaísmo caraíta, e vêm nascer no judaísmo os Nazarenos, que se dividiram em Paulinos e Ebionitas, mas acabaram por se separar do judaísmo recusando lutar ao lados dos judeus na defesa do Templo, pois afirmavam que Jesus tinha previsto tal facto.
O apogeu do cristianismo deu-se com a aceitação de gentius e a simbiose de outras doutrinas como a religião pagã dos romanos entre outros. O que facilitou a igreja a tomar atitudes anti-semitas e perseguir os judeus mas também os cristãos que praticassem as leis da Toráh tais como Shabat, alimentação kosher, Pessach etc.
A partir daqui, a extição de essenios e Zelotas, e a separação dos Nazarenos, os judeus do grupo dos Fariseus é que tomam conta do judaísmo na Diáspora.


Símbolos Judaicos

Estrela de David e a Menoráh são os mais conhecidos símbolos do nosso povo.
Os principais símbolos judaicos, que identificam a nossa fé, são em primeiro lugar a própria Toráh, ou melhor a Sefer Toráh, a Menoráh, a estrela de David, a Mezuzá, o Talit, os tzitzit e a quipá entre outros que descreveremos brevemente neste blog.

Imagens

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Judaísmo

Conhecer o Judaísmo é manter viva a nossa identidade.

Se perguntarmos o que significa ser judeu, a resposta encontrada na Chabad.org.br é:
"Os judeus desafiam todas as definições de “povo” ou “nação”. Carecemos de uma raça, cultura ou experiência histórica em comum. Embora todos compartilhemos nossos direitos eternos à Terra de Israel, durante todos, exceto alguns poucos séculos dos últimos 4.000 anos a esmagadora maioria dos judeus não viveu ou sequer colocou o pé no pais judaico"
No decorrer de nossos 3.300 anos de história, o que nos tem definido como judeus é um relacionamento e compromisso. Somos judeus porque D'us nos escolheu para sermos Seu “tesouro querido entre todas as nações… um reino de sacerdotes e um povo sagrado” (Shemot 19:5-6). Somos judeus porque D'us nos escolheu para desempenharmos o papel principal na implementação de Seu objetivo na criação: orientar nossas vidas de acordo com Sua vontade, e desenvolver uma sociedade que reflete Sua bondade e perfeição.

A substância desse relacionamento, o rumo desse compromisso, é a Torá. A Torá é o conceito de D'us da realidade comunicada ao homem, o projeto que descreve o mundo aperfeiçoado visualizado pelo Criador e detalha a maneira pela qual o Inventor da Vida deseja que seja vivida.

Isso poderia parecer definir nosso Judaísmo como uma “religião”; somos judeus porque aderimos às crenças e práticas ordenadas pela Torá. Porém a própria Torá diz que não é assim.

A Torá proclama (Vayicrá 16:16) que D'us “habita entre eles em meio às suas impurezas” – que Seu relacionamento com Seu povo permanece incólume apesar do comportamento deles. Nas palavras do Talmud (Sanhedrin 44a): “Um judeu, embora tenha transgredido, é um judeu.”

Segundo a Lei da Torá, o Judaísmo de uma pessoa não é uma questão de estilo de vida ou auto-percepção: a pessoa pode estar totalmente não cônscia do próprio Judaísmo e ainda ser um judeu, ou pode considerar-se judeu, observar todos os preceitos da Torá e ainda assim não ser um judeu.

Em outras palavras, é o relacionamento entre o judeu e seu Criador que define seu Judaísmo – não seu reconhecimento da relação ou sua percepção dela na vida diária. Não é o cumprimento das mitsvot (mandamentos Divinos) que faz dele um judeu, mas o compromisso que essas mitsvot representam.

Veja os artigos completos sobre judaísmo em:

Hebraico


Talmid é a palavra hebraica para designar "aluno" ou "aprendiz", e é esta página e os posts subsequentes,que aqui estão e estarão ao longo dos próximos meses, com artigos e lições de Hebraico, para que o caro leitor seja também um Talmid, um autodidata do Hebraico, para tal bastará clicar em "Lições"
No entanto o que vos peço é para que partilhem também as vossas duvidas, e ensinemo-nos assim uns aos outros através dos posts e dos comentários.
A capa do manual acima da "EuroTalk", não é nenhuma publicidade, é um dos meios pelos quais tenho vindo a aprender hebraico como autodidata.
E é na qualidade de autodidata que tenho o prazer de partilhar convosco o que tenho aprendido, por isso agradeço de todo, as mensagens que da vossa parte possam contribuir para o aprendizado da língua sagrada.
Irei colocar um Post por semana da língua hebraica, sempre ao Domingo, por respeitar o Shabbat, mas se o caro leitor quiser aproveitar esse dia pode treinar em ler a Toráh em hebraico clique aqui, para treinar ao sábado, visto que a leitura não é proibida ao sábado antes pelo contrário é incentivada, sobretudo se se tratar da Tanack.
Portanto colocarei já no próximo domingo a Lição numero um de Hebraico, que será obviamente a aprendizagem do alfabeto hebreu, quer da letra quadrática, (amplamente conhecida) quer da letra cursiva, (esta sim, requer um esforço maior) mas confiança, domingo cá estaremos, aguardem.


Shalom e até domingo que em hebraico é Yom Rishom.


Filipe de Freitas Leal
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