domingo, 15 de agosto de 2010

Lashon hara לשון הרע

Lashon hara לשון הרע, quer dizer "Falar perverso e maligno", "Má Língua", tem a ver com a maledicência, a fofoca, o diz-que-disse, e uma série de práticas e hábitos que visam falar da vida alheia, é considerado um pecado na Bíblia, evitar o Lashon hara é uma das 613 mitzvot, pelo que a sua prática é expressamente proibida em Levítico 19, 16: Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não te porás contra o sangue do teu próximo. Eu sou A-do-nai teu D-us, esta é a lei chamada: CHOK ISSUR LASHON HARÁ. חוק איסור לשון הרע (lei que proíbe a maledicência).

A maledicência é hoje em dia prática comum de uma sociedade sem D-us, uma cultura materialista, pérfida, desumana, onde as pessoas se julgam umas às outras e se condenam à revelia por tudo e por nada, onde a pessoa humana é desvalorizada sistematicamente.

Mesmo a TV, através de novelas, está cheia desses exemplos deploráveis que ao invés de educar distorcem e deformam a mentalidade da nossa juventude.
Vamos fazer uma campanha, lançada aqui, para se combater a maledicência, a fim de que todo aquele que tiver fé e se disser crente em D-us, se afaste da Lashon hara.

No trabalho, na escola e até na vizinhança e família ela tem de ser combatida, pois quem a criou não é outro senão o maligno, o inimigo da paz e do Bem.

Paz e Bençãos / שלום וברכה

domingo, 18 de julho de 2010

A Proibição das Tatuagens

O que diz a Torá?
As tatuagens, são desaconselhadas na Torah, no entanto do ponto de vista espiritual não se fica só pelo conselho, há uma proibição clara na Toráh, tal proibição é expressa no livro de Vayicrá/Levítico 19:28: "E não fareis em vossa carne incisões por um morto, e não poreis em vós escrita de tatuagem - Pois Eu sou O Eterno!".

O corpo é o templo da alma, e deve reflectir o espírito que tem pelo invólucro bem cuidado, da mesma maneira que não destruímos a nossa casa que nos abriga, também não devemos destruir o nosso corpo.

O corpo é formado com os elementos da natureza e a alma com o elemento espiritual que provém de D-us, qualquer ofensa ao corpo e à alma é uma ofensa a D-us e uma rejeição clara da nossa missão nesta vida.


Como se pode perceber existe uma proibição taxativa em relação a tatuagem, e os israelitas não devem se utilizar dela. Na realidade, a proibição é extensiva a qualquer tipo de mutilação corporal ou auto-ferimento, mesmo que esta seja mínima, como é o caso do piercing.
No entanto, não deveremos ter perante o próximo uma atitude preconceituosa contra quem usa tatuagens ou piercings, são modos de vida, que devemos respeitar.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

O Mau Olhado

Ayin Hará / עין חארה

A Hansa, colocada ao lado, é um amuleto usado não só por judeus mas também islâmicos e alguns cristãos contra o Mau Olhado, não é apenas uma questão de superstição, mas na Bíblia (Tanack) no Livro de Génesis capítulo 49, 22 Jacob/Israel abençoa José dando-lhe prosperidade, acima dos muros, e isso significa que estaria acima do mau olhado.
Portanto vimos que o mau olhado não é apenas uma questão de superstição, mas há de facto algo que leva as pessoas ao longo de milénios, independentemente das raças, credos e cultura ou extractos sociais a lutar contra este mal, que chamam de Mau Olhado, em hebraico diz-se Ayin Hará עין חארה, sendo que Ayin significa "Olho" e Hará significa "mau" ou "mal".

domingo, 28 de março de 2010

Pessach

A Pessach judaica e a Páscoa Cristã


Este ano 2010 a Páscoa Judaica a Pessach, foi comemorada conjuntamente com a Cristã,
Mas nem sempre foram comemoradas em separado, no inicio do Cristianismo, a Páscoa era comemorada pelo calendário lunar hebraico, daí cristãos e judeus comemoravam a Páscoa juntos, bem como o Shabbat e outras festas. Mas porquê passou a ser de outra forma, o que motivou trocar o Shabbat pelo domingo e a Páscoa em datas diferentes? A razão foi desenraizar o cristianismo das suas origens judaicas. Na realidade os romanos ao imporem isso, através de influencia sobre Bispos e outros membros do clero, pretendiam manipular e enfraquecer o cristianismo que tanto como o judaísmo tinham a sua força na observação da Toráh, suas leis e costumes, pois o D-us dos Cristãos é o mesmo. A-do-nai E-lo-hei-nu, a diferença é que para os Judeus ainda não veio o Messias mas para os cristão em particular os gentios sim.

Os Gentios são também parte da resposta desta separação no calendário, de ambas as religiões, pois o cristianismo sendo maioritariamente gentio, não se opôs às imposições do Imperador romano e do clero romanizado, pelo contrário acharam ou indiferente ou melhor, pois tinham outros costumes, que os cristãos iniciais, que os Nazarenos, quer sejam Ebionitas ou paulinos não tinham
O nome Pessach deriva do hebraico pessach que significa saltar, passar por cima; comemora a libertação dos judeus do cativeiro no Egipto e é a celebração da liberdade, a história da mobilização do povo para a conquista da liberdade. Para o povo judeu, recordar a saída da escravidão significa ultrapassar os limites que impedem a realização de seu pleno potencial. Em hebraico, Egipto é Mitzraim, que significa estreitezas, limites, angústias, aflições. O “Egipto” de uma pessoa pode ser seu egoísmo, desejos primitivos, vícios. Pessach é uma oportunidade de transcender as limitações e realizar o infinito potencial espiritual em cada aspecto da vida.
ultrapassando as aflições que estreitam nossos caminhos. A comemoração de Pessach não foi sempre a mesma. Mudou com o passar dos tempos, mas seu cerne é a liberdade. Originalmente, as comemorações de Pessach eram uma espécie de celebração da primavera, uma festa agrícola, à qual se juntaram as comemorações do Êxodo. “Observa o mês da primavera e guarde o Pessach do Senhor teu Deus, pois no mês da primavera o Senhor teu Deus te tirou do Egipto à noite” (Deuteronómio 16:1).

A matzá, a hóstia e a ironia

A ceia que foi a origem da Eucaristia era um seder de Pessach. A origem da hóstia é o pão ázimo (matzá). A palavra vem do latim hóstia (= vítima); significa “vítima oferecida em sacrifício para uma divindade” e “partícula de pão ázimo que se consagra durante a comunhão”. Em hebraico, as palavras correspondentes são Korban e Matzá, respectivamente. Antigamente na Igreja os fiéis ofereciam o necessário para o culto, sobretudo o pão e o vinho. Desde o século XI, o pão utilizado no altar é preparado à parte pelo clero. Ele tem que ser de farinha, ázimo e com marcas que o distinga do pão comum. No século XI, a Igreja católica ordenou que se utilizasse na Missa somente pão sem levedura. Quanto à forma do pão eucarístico, o Papa São Ceferino (séc. III) os chama de "coroas" por causa de sua forma redonda.
Para o cristianismo representa, a passagem de Cristo o Messias pela Terra e a sua passagem para o Céu, levando os pecados dos crentes, mas daí também se aproveitou em parte para lançar as raízes do anti-semitismo, pois o judeu foi acusado de deicídeo, ou seja assassinato de D-us, foi também uma razão para impor uma data diferente e de ameaçar com excomunhão todo o cristão que judaizasse e praticasse shabbat ou a pessach com judeus.
Ainda hoje se notam na sociedade portuguesa, actos de anti-semitismo nas palavras, como chamar judeu a uma pessoa má ou avarenta, menino rabino a uma criança que se porte mal, e outras palavras como judiar, judiaria etc.

Esperemos que as comemorações da pascoa que sejam conjuntas não apenas aproximem as duas religiões, mas levem os cristãos a reflectir as suas origens e a eliminar todo o sentimento de anti-semitismo que possa existir na sociedade portuguesa.
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