quinta-feira, 15 de outubro de 2009

C - Caf e Chaf e Côf

Cabalá - קבלה  Lit. “tradição recebida”; uma referência a tradição mística judaica; relaciona-se aos estudos e prática da parte mística da Torá.
Cabalista - המקובלים Aquele que é bem versado nos ensinamentos e prática da Cabalá.
Cabalat Ól -  קבלת  “aceitar o jugo”. Submissão, subserviência simples a D'us.
Cadêsh - קדש Recitação da bênção sobre o vinho, “kidush”; primeiro “passo” do sêder de Pêssach.
Caparót - כפרות prece de pedido de expiação recitada antes de Yom Kipur (em geral na madrugada da véspera. É dita enquanto segura-se um galináceo) na grafia inglesa é Kapparot.
Caporet -  cobertura de ouro da arca sagrada, no Santuário.
Casco fendido - פרסות שסועות Pata de mamíferos ungulados, separada em duas partes; um dos dois sinais necessários para um quadrúpede ser casher.
Casher - כשר Significa “apto” ou “adequado”; referência a alimentos e utensílios permitidos pela Lei Judaica.
Cashrut - כשרות Conjunto de leis que regem a dieta judaica e que estão descritos na Torá. Alimentos permitidos a consumo
Carpás - קרפיון “Antepasto”; pedaço de vegetal que pode ser cebola, ou batata que é colocado na keará, travessa do sêder de Pêssach. Este vegetal é ingerido logo no início do sêder após ser mergulhado em água salgada para despertar e estimular a curiosidade das crianças.
Cavaná - (pl.: cavanót) – sentido mais profundo, intenção devida ou intenções místicas das orações.
Cavód - כבוד honra
Chabad - חב"ד Lit. acróstico das palavras hebraicas “Chochmá, Biná e Daat” que significam, respectivamente, inteligência , entendimento e sabedoria; forma chassídica que filtra o poder espiritual e emocional através do intelecto; movimento fundado pelo Rebe Schneur Zalman de Liadi, no século XVIII; um sinónimo para Chabad é Lubavitch, aldeia onde este movimento surgiu durante um século.
Chabadniks - החב"ד ניקים Aqueles que seguem a filosofia Chabad.
Chacham - חכם “Sábio”; alusivo a um dos quatro filhos citados na Hagadá.
Chag - חג (pl. Chaguim) lit. “festa”;Termo usado para designar as festas judaicas.
Chaguigá - חגיגה Era uma das oferendas trazidas ao Templo Sagrado durante a peregrinação dos judeus a Jerusalém realizada três vezes por ano.
Challáh חלה  Pão trançadoao contrário da Matzáh a Challáh tem fermento e sal. É um dos 613 Mitzvot (Mandamentos) Consumir o pão da Challáh no Shabbat e em festas judaicas.
Chamêts - חמץ Todo alimento ou bebida feito à base de trigo, centeio, cevada, aveia ou espelta, ou seus derivados, que é fermentado.
Chamishi - חמישי quinta porção (parashá) da leitura semanal da Torá.
Chanucá - חנוכה  Inauguração. Comemora a inauguração do novo Altar construído no Templo Sagrado, após a vitória dos macabeus. A festa recebeu este nome em comemoração ao fato histórico de que os macabeus descansaram ("chanu") das batalhas no 25º dia ("cá", com valor numérico 25 em hebraico) de kislev. Lit. “Dedicação”; oito dias nos quais comemora-se a vitória dos chashmonaim sobre o exército opressor Greco-sírio. 
Chanucá-guelt - דמי חנוכה dinheiro que é dado como presente em Chanucá.
Chanukiyá - חנוכייה (pl. Chanukiyot) candelabro de oito braços aceso na festa de Chanucá. Muitos modelos possuem ainda um local para o shamash, vela auxiliar.
Lit. “Dedicação”; oito dias nos quais comemora-se a vitória dos chashmonaim sobre o exército  opressor Greco-sírio; subsequentemente o Templo Sagrado foi reconsagrado
Charôsset - חרוסת Mistura composta por maçãs e pêras raladas e nozes misturadas com vinho tinto formando uma pasta. Sua cor e consistência recorda a argamassa com a qual ou nossos ancestrais foram obrigados a trabalhar no Egito.
Chashmonai - חַשְׁמוֹנָאִי (pl. Chashmonaim) nome da família dos sacerdotes que liderou a rebelião contra os exércitos sírios. Não sabemos com certeza a origem do nome Chashmonai. Uns dizem que significa "ilustres", título honorífico conferido à família por sua alta posição. Outros afirmam que a família era originária da cidade de Cheshmon, em Judéia, ou que Cheshmon era o nome de algum antigo antepassado, adotado pela família.
Chassid - חסיד (plural: chassidim) lit. “um homem piedoso”; o termo se aplica aos seguidores do movimento chassídico; seguidor de um  Rebe chassídico.
Chassídico - חסידים Qualidade de apreciar a Chassidut, filosofia que incentiva o estudo e compreensão da parte mais profunda e mística da Torá.
Chassidismo - חסידים Sinônimo de Chassidut.
Chassidut - חסידות Estudo e prática da parte oculta e mística da Torá.
Chazan - חַזָּן‎ cantor litúrgico ou aquele que lidera a congregação nas orações.
Chazêret - חזרת  Ervas amargas usadas na travessa do sêder para o Corêch.
Chêder - חדר Escola elementar na qual meninos judeus, a partir de três anos de idade, são iniciados no aprendizado do alfabeto hebraico e nos estudos de Toráh.
Chessed - חסד bondade; primeiro atributo Divino (N.I.T.) uma das sephirot da Cabala.
Chevra Kadisha - חברה קדישא literalmente “sociedade sagrada”. Sociedade funerária.
Chinuch - חינוך Lit. educação.
Chochmá - חכמה concepção, sabedoria; primeiro estágio do intelecto (N.I.T.).
Chumash - חומש Pentateuco.
Cohelet קֹהֶלֶת‎ Eclesiastes (livro do Tanach, acróstico de Torá (Pentateuco), Neviím (Profetas) e Ketuvím (Hagiógrafos).).
Cohen - כֹּהֵן‎ (ou cohen; pl.: cohanim) Uma das três categorias em que se divide o povo judeu: Cohen Levi e Israel; descendentes de Aharon, irmão de Moshê.
Colel - כולל (pl.: colelim) – yeshivá de alto nível (avançado) para alunos geralmente jovens (recém) casados.
Corbán Pêssach - קרבן פסח Oferenda do Cordeiro Pascal ; era realizada durante a época do Templo Sagrado, sacrificado na véspera de Pêssach e ingerido na noite, no final do sêder.
Corêch קרהֵ É um dos passos do sêder de Pêssach; a raiz amarga é mergulhada no charôsset e colocada entre dois pedaços de matsá.

B - Bet

Baal Shem Tov הבעל שם טוב Nome completo: Rabino Israel Baal Shem Tov (1698-1760); conhecido como o “Mestre do Bom Nome”. Fundador do Chassidismo.
Baal Teshuvá בעל תשובה Aquele que retorna ao caminho da Torá.
Bamidbar - במדבר Números (quarto livro da Torá).
Bar Mitsváh - בר מצוה literalmente “Filho do Mandamento”; termo designado a meninos que completam a maturidade religiosa aos 13 anos de idade.
Bat Mitsváh - בת מצוה literalmente “Filha do Mandamento”; termo designado a meninas que completam sua maturidade religiosa aos 12 anos de idade.
Bedicat Chamêts -  בְּדִיקַת חָמֵץ Busca realizada na noite anterior a Pêssach com a finalidade de remover todo e qualquer vestígio de chamêts.  (imagem abaixo à direita)
Bedicat Chamatz
Behidur - בהידור significa: "com hidur" (veja hidur).
Beit HaMikdash - בית המקדש É o Templo Sagrado de Jerusalém, traduzido ao pé da letra significa "Casa da Santidade"
Berach - ברכ Um dos passos do sêder de Pêssach, quando ao final da refeição, recita-se o Bircat Hamazon, Bênção de Graças após a refeição.
Berachá - ברכה (pl.: berachót ברכות) oração ou benção que se recitada antes de comer ou beber, ou mesmo de fazer uma mitsvá, etc.
Bereshit - ספר בראשית Lit., “no princípio”; “Gênese”; primeiro Livro da Torá.
Bet - ב Segunda letra do alfabeto hebraico.
Beit Hamidrash - בית הַמדרש sinagoga; literalmente “sala (ou casa) de estudos”.
Beit HaKnesset - בית הכנסת sinagoga; aqui no sentido de "Assembleia ou reunião”.
Beit Hamicdash - בֵּית הַמִּקְדָּשׁ Templo Sagrado de Jerusalém.
Biná - בינה compreensão, entendimento, segundo nível do intelecto (N.I.T.).
Bircát hachamá - ברכת החמה benção de louvor a D'us relacionada com o sol que se recita uma vez a cada 28 anos.
Bircát hamazon - ברכת המזון benção de agradecimento após a refeição (com pão).
Birurim - elementos de refinamento e purificação espiritual latentes dentro de todas as coisas  materiais.
Bitul - ביטול anulação (em geral, nulificação do ego; auto-anulação).    Brit milá - ברית מילה cerimónia da circuncisão, ou a circuncisão propriamente dita, que é feita oito dias após o nascimento.  

A - Alef

Aaron Kodesh - ארון קודש  "Arca sagrada", é o lugar mais sagrado dentro de uma sinagoga, é onde se guarda a Sefer Toráh, também chamada de Arca daToráh.
Adam - אדם Adão, o primeiro homem; em geral – homem.
Adar - אדר Décimo segundo mês do calendário judaico (contando a partir do mês de Nissan).
Afikoman - אפיקומן “Sobremesa”; pedaço de matsá tirado no início do sêder e guardado até o final da refeição; é o último alimento a ser ingerido antes do Bircat Hamazon, Bênção de Graças após a refeição – para lembrar as oferendas de Pêssach, que era o último alimento ingerido no sêder, na época do Templo.
Ahava - אהבה amor, afeto.
Ahavat Hashem - אהבת השם Amor a D’us
Ahavat yisrael - אהבת ישראל amor a outro judeu.
Alef - אלפ Primeira letra do alfabeto hebraico.
Aliyá - העלייה ser chamado para a leitura da Torá. Imigração para o retorno a Israel de Judeus. Retorno.
Aleinu - עלינו לשבח oração que conclui cada uma das orações diárias.
Alef-beit - א 'בית Alfabeto hebraico O hebraico, também chamado de Língua Sagrada, possui o alfabeto composto de vinte e dois caracteres. Além de seu fonema, cada caractere tem um valor numérico. A escrita hebraica é da direita para a esquerda.
Amidá - תפילת שמונה עשרה ou Shemonê Esrê Lit. “em pé” ou “dezoito”; prece silenciosa recitada em pé (por isso se chama Amidá), três vezes ao dia. Originalmente continha 18 bênçãos (por isso se chama Shemonê Esrê); depois foi acrescentada uma 19ª bênção, mas o nome original continua.
Amoraím - אמוראים sábios que compilaram a Guemará (Talmud).
Anash membros da comunidade chassídica Lubavitch.
Ano embolísmico - שנה Ano em que ocorre o acréscimo de um mês (sete vezes em cada ciclo de 19 anos) para que o ano lunar se iguale ao ano solar.
Aravót - ערבות ramos de chorão ou salgueiro (do conjunto de plantas que acompanham o lulav e o etróg, em Sucot).
Arca - ארון No local mais sagrado do Templo, “Santos dos Santos” ficava guardada a Arca Sagrada que continha as tábuas da Lei que  continha os Dez Mandamentos.
Ashkenazi - אשכנזי Termo utilizado para designar os judeus nascidos na Europa OcidentalAshkenazita é o Judeu de origem ashkenazi.
Atsilut -  עולם אצילות o “mundo” da emanação.
Av - אב Também chamado “Menachem Av”; quinto mês do calendário judaico (contando a partir do mês de Nissan).
Av melachá -  באב מלכה (pl. avot melachot) lit. “trabalho matriz”; 39 trabalhos matrizes que foram utilizados na construção do Santuário no deserto, a partir dos quais nossos sábios derivaram as proibições de trabalho no Shabat.
Avodá - עבודה serviço, trabalho, servir (a D'us); o esforço que isto exige e envolve.
Avót - אבות abreviação de Pirkê Avót, Ética dos Pais.
Avraham - אברהם Abraão, o grande patriarca das nações, judaica, cristãs e islâmica.


E - Aléf vogal

Ein Sof - אין סוף o supremo infinito; D'us. 
E-lo-kim - אֱלהִים nome Divino relacionado com a Divindade imanente dentro do mundo (N.I.T.). 
Elul - אֱלוּל Sexto mês do calendário judaico (contando a partir do mês de Nissan) e último mês do ano. Em 25 de Elul do “ano zero”, D’us iniciou a criação do Mundo culminando com a criação do homem, seis dias depois, em Rosh Hashaná.
Eretz - ארץ Terra; designação utilizada para descrever Israel: Eretz Israel. 
Erev - ערב a tarde anterior a Shabat (erev Shabat), a Pêssach (erev Pêssach) a Yom Tov (erev Yom Tov), etc. 
Eruv tavshilin - עירוב תבשילין “mistura de alimentos” especial que torna permissível a preparação (de alimentos, etc.) em Yom Tov para Shabat, quando Yom Tov cai na quinta-feira e sexta-feira ou sexta-feira e Shabat. 
Etrog - אתרוג Cidra, fruta cítrica; uma das quatro espécies sobre as quais se recita uma bênção especial na festa de Sucot. 
Etsem - עטצֶם “essência”. O âmago; o indivisível. 
Êxodo -  ואלה שמות Livro da Bíblia que relata a saída dos judeus do Egipto, em hebraico diz-se Velah Shemot e quer dizer  “estes nomes”. 

Abecedário do Judaísmo


       Neste espaço, o caro leitor encontra em ordem alfabética de temas que se debruçam e tentam esplicar tudo sobre o judaísmo, sobretudo para as pessoas leigas, que no entanto desejam conhecer todos os aspectos importantes sobre a religião de D-us.
       E isto o fazemos, tal como uma enciclopédia de A a Z, ou de Alef (א)  a Tet (ת), a fim de poder contribuir para o estudo e a pesquisa sobre este tema, da religião e do povo judeu, tão querido a D-us e que tão mal compreendido tem sido.
       O diversos artigos vão do alfabeto, aos objetos de culto, passando pela doutrina, os livros da Toráh e as tefilot (orações) entre outros variadíssimos artigos.
       Inicialmente, os artigos são adaptados  de outros sites judaicos de grande importância teológica e cultural como o Beit Chabad, onde tem sido para milhões de judeus uma grande fonte de alimento espiritual, depois de adaptados acrescentamos a grafia hebraica, no fim colocámos um dicionário com algumas das mais usadas palavras da língua hebraica para o dia a dia moderno.
Gostaríamos de poder contar com a sua colaboração.
um grande bem haja.

Mordechai Lael Ben Avraham.

Os Treze princípios da fé.

1 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é o Criador e Guia de todas as criaturas, e apenas Ele, criou, cria e criará todas as coisas.
2 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é Único e que não há nenhuma unicidade como Ele; que somente Ele é nosso Deus, era, é e será.
3 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, não é corpóreo, não tem nenhuma propriedade antropomórfica, e não há absolutamente nada parecido com Ele.
4 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é primeiro e último.
5 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, é o único a Quem é apropriado rezarmos, e que não é apropriado rezar a mais ninguém.
6 — Eu acredito com plena fé que todas as palavras dos profetas são verdadeiras.
7 — Eu acredito com plena fé que a profecia de Moshé (Moisés), nosso mestre, que esteja em paz, foi verdadeira, que ele foi o pai de todos os profetas, daqueles que o precederam como daqueles que o seguiram.
8 — Eu acredito com plena fé que toda a Torá que está em nossas mãos foi dada a Moisés, nosso mestre, que esteja em paz.
9 — Eu acredito com plena fé que esta Torá não será modificada nem haverá outra Torá dada pelo Criador, abençoado seja o Seu nome.
10 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, conhece todas as ações e todos os pensamentos dos seres humanos, como está escrito: “É Ele quem forma os corações de todos, Quem percebe todas as suas ações” (Salmos 33:15).
11 — Eu acredito com plena fé que o Criador, abençoado seja o Seu nome, recompensa aqueles que guardam Seus mandamentos, e pune aqueles que os transgridem.
12 — Eu acredito com plena fé na vinda de Mashiach (Messias), e ainda que possa tardar, mesmo assim espero a cada dia pela sua vinda.
13 — Eu acredito com plena fé que haverá a ressurreição dos mortos no momento que assim o desejar nosso Criador, abençoado seja o Seu nome, exaltada seja a Sua lembrança para todo o sempre.

Autor

Idade: 49 anos;
Nascido em 1964 Lisboa Portugal,
Localização Atual: Cacém - Sintra (Portugal)
Formação: Licenciatura em Serviço Social no ISCSP/UL Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa.
Profissão: Trabalhador Social. (o mesmo que Assistente Social ou Técnico de Trabalho

Acerca de mim:  
Sou um Humanista, assumidamente crente em D-us e isso molda o meu modo de ser e sentir; Creio na possibilidade de contribuirmos todos por uma nova era que seja mais humanista, onde a solidariedade e a pessoa humana seja o foco central de toda a agenda política, e onde o Ser Humano e o bem estar social esteja acima dos interesses de mercado, e haja também uma cultura da paz e da solidariedade entre os povos, para juntos criarmos uma nova e melhor sociedade, quer a nível local, nacional e até global.

Os meus interesses centram-se para além dos blogues que edito, na pintura e desenho, na leitura de livros (especialmente clássicos, não tenho tempo para ler tudo e não leio o que está na moda), leio fundamentalmente sobre temas como a sociologia, a filosofia, teologia, judaísmo, dedico-me a estudar hebraico nos tempos livres; Como preocupações sociais, a solidariedade, o voluntariado e a justiça social são obviamente o meu maior interesse, bem como questões sobre ecologia; Presenciei o 25 de Abril, vivi no Brasil e participei das manifestações pelas "Diretas Já", o que criou em mim uma forte consciência do valor dos direitos humanos, da democrática e da cidadania ativa aos quais eu não renuncio.

Profissão: 
Atualmente é estagiário numa ONG dedicada à reinserção social e ao apoio a famílias carenciadas, além de ser Blogger, foi também como colaborador no site da Professora Doutora Maria de Lurdes Fonseca, "mlfonseca.net" e é ainda nos tempos livres colaborador na Wikipédia.

Formações frequentadas:
 Foram várias as formações desde Hardware e reparação de computadores, a Design Gráfico e desenho, logística, estudos de mercado, pintura a óleo e por fim

Áreas de interesse:
 São áreas do meu interesse as da Divulgação em Serviço Social em geral, mas há mais, combate à discriminação de todo o tipo, seja de raça, credo, etnia, género e classes, teologia judaico-cristã, estudo da língua hebraica, artigos de cariz humanista.
Contacto: filipeleal2@hotmail.com

Mezuzáh

A Mezuzá é um pergaminho onde estão escritos passagens da Toráh,  o Shmá e a Vehaiá, é um mandamento positivo das 613 mitzvot. O mezuzá não é o invólucro, mas sim o pergaminho escrito, e para ser Kasher deve ser escrito à mão por um Sofer ou seja um escriba.
Deve ser supervisionado por um Rabi e ao afixar a mezuzá deve ser lido uma Brachá ou seja uma bênção que é a seguinte: Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hei-nu Melech haolam asher kideshanu bemistsvotav, vetsivanu licbôa mezuzá.

É colocada no umbral direito da porta de uma habitação ou loja ou escritório, que mostra que seus habitantes são judeus e pessoas tementes a A-do-nai, é colocado à entrada com o lado superior voltado para dentro da casa. Mas devido ao anti-semitismo e violação, pode se colocar no lado de dentro, e ao sair e ao entrar toca-se ou beija-se a Mezuzá, quer ela esteja correctamente do lado de fora, quer pelo exposto acima do lado de dentro.
Acima vimos na imagem um invólucro da Mezuzá, ao lado direito vimos o pergaminho escrito, isto é a própria mezuzá.
Crê-se que a mezuzá no momento da afixação atrai a protecção divina e leva à casa e aos seus moradores a Santidade de D-us. Famílias judaicas colocam uma mezuzá em cada uma das portas interiores para além da porta de entrada.

História do Judaísmo

A aliança com Abraão e os Patriarcas. (1800- AEC)


Abraão fala com os anjos
O Judaísmo יהדות é a primeira religião monoteísta da história, foi a partir de Avraham אברהם que o Senhor D-us fez uma aliança, a chamada "Aliança Abraamica", foi então que D-us fez de um só homem, a partir de Ur na Babilónia disse a esse homem para saír de sua terra em direcção a Canaã, a Terra Santa, e dele fez um povo numeroso que seria e é o "Povo Eleito", daí pai de nações é o significado do seu nome, devido ao facto de ser o patriarca das três grandes religiões da revelação, chamadas de religiões Abraamicas, ou monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islão, em Abraão encontram-se Moisés, Cristo e Maomé.
Mas o mais curioso é que Abraão e Sara não conseguiam ter filhos, e Abraão duvidava, até que teve um filho com a escrava da sua mulher Agar e nasceu Ismael יִשְׁמָעֵאל, mas o Senhor não queria assim, quis sim um filho legitimo vindo de Sara que foi mãe aos 90, Abraão foi pai aos 100, e a Aliança dizia que aos 8 dias o menino e todo o varão do clã de Abraão teriam de ser circuncidados, daí o nome do filho é Isaac יצחק, que junta os números cabalísticos 100, 90 e 8 da raiz do verbo rir. No entanto D-us  testa a fidelidade de Abraão, e após mandar expulsar para o deserto Ismael e sua mãe, pede o sacrifício de Isaac, e vê a sua fidelidade absoluta, dando-lhe em troca um cordeiro sacrificial, daí vem a tradição hebraica de sacrifícios no templo, contrastando com os outros povos bárbaros que cometiam infanticídios e sacrificios humanos em nome de deuses falsos.

O cativeiro no Egipto e o Êxodo. (1650-1260 AEC)

Moisés abre as águas do Mar Vermelho
Após Abraão, Isaac foi pai de Jacob יעקב que o anjo mudou o nome para Israel יִשְׂרָאֵל,  este de 12 filhos dos quais se formariam as dose tribos de Israel, seus filhos são Rúben, Simeão, Levi, Judá, Dã, Naftali, Gade, Aser, Issacar, Zebulom, José e Benjamim e uma filha Diná.
José יוֹסֵף, através do qual o clã desceu ao Egipto, onde o povo acabou por viver em cativeiro por 400 anos, como havia sido dito pelo próprio D-us a Abraão. É no cativeiro do Egipto, que nasceu um líder que os irá libertar Moisés משה, que se revoltando descobre as suas origens hebraicas e de ter sido salvo das águas de um rio por uma princesa egípcia de nome Seth,
Vai para o deserto e de lá casa, tem filhos até que D-us o chama no cume do monte do Monte Horeb, onde D-us o nomeia libertador do povo hebreu.
Após as sucessivas investidas de Moisés e Araão, e as pragas de D-us culminaram na fuga do povo hebreu do Egipto, através do mar Vermelho o povo pisou chão seco e o atravessou em direcção a 40 anos no deserto.
Nesse tempo Moisés dá a partir do Monte Sinai, os 10 primeiros dos 613 mandamentos da Toráh, que é a Instrução do judaísmo, e criou-se o Tabernáculo, ninguém daquela geração entrou na Terra Santa.

A Conquista da Terra Santa e os Juízes (1200-1055 AEC)

Conquista de Jericó
Após a conquista gradativa da Canaã, com o seu líder Josué יהושע e o seu desaparecimento, criou-se um vazio, pois não havia uma unidade nacional, o país estava dividido em 12 tribos, liderados por seus próprios Patriarcas, tendo apenas a religião, a língua e as tradições culturais como ligação, cada tribo tinha os seus Juízes שֹּׁפְטִים, que eram homens santos ligados à Religião e à observância da Toráh bem como aos sacrifícios no Tabernáculo.
Mas o povo, entendeu que só uma monarquia forte, como tinham os países vizinhos, e portanto um Rei que os unisse, é que lhes poderia proporcionar vitórias, conquistas e paz.
Assim o Juiz Samuel שְׁמוּאֵל nomeou Saul שאול da tribo de Benjamin בִּנְיָמִין, como o primeiro Rei de Israel unificado.

O Reino Unificado de Israel  (1055-931 AEC)

Saul ataca David
Uma vez coroado Samuel, começa a governar Israel e o conduz em vitórias, mas começou a entrar em decadência ao cometer transgressões no seu reinado, que o levaram a perder a graça divina, ao invés de se reabilitar Saul cometeu pecados mais graves que acabaram por lhe custar a vida na sua ultima batalha, e lançar o pais na Guerra Civil pela sucessão, opondo o filhos de Saul a David דוד, este último já havia sido nomeado por Samuel, para o substituir, e só assumiu o Reinado de Israel após a morte de Isboset I, filho de Saul.
O reinado de David foi dos mais notáveis da História de Israel, conquistando Jerusalém e fazendo dela a Capital do Reino de Israel, no entanto não Conseguiu construir o Templo, o que só foi realizado por seu filho Salomão שלמה, rei de grande sabedoria.Foi um rei amado por muitos, tanto de Israel como de reinos vizinhos, Construiu o 1º Templo de Jerusalém, mas também cometeu pecados por ter casado com mulheres estrangeiras.


Divisão e Cativeiro  (931-586 AEC) 

Daniel na cova com os leões
No fim do reinado de Salomão, o Reino divide-se entre Israel e Judá, com diversos reinados e guerras civis encarniçadas, pelo meio o pecado da idolatria, e o castigo seria o Cativeiro da Babilónia e Assíria, o cativeiro teve um impacto enorme na vida e religião do povo Israelita, pois tiveram que adaptar a praticar a religião sem o Templo que fora destruído a 9 de Av, daí o jejum de Tesha BeAv תשעה באב. A toráh foi o grande alicerce do povo judeu no exílio. Desse tempo muitos relatos saíram para a Tanakh, como o livro de Ester, o profeta Daniel entre outros livros e histórias que marcaram o povo judaico nesta fase. O que marcou este período foi o aparecimento anterior à conquista de Nabucodonossor, dos profetas que, avisavam e profetizavam o que poderia acontecer, se Israel não se arrependesse de pecar pela Idolatria e desobediência, uma outra consequência do Cativeiro da Babilónia foi a diáspora, e separação de muitos judeus e 10 das doze tribos. Um dos Profetas ditos maiores dessa época, foi Daniel דניאל,  ele que até hoje tem profecias que se cumpriram no fim dos Tempos.

O Período do Segundo Templo  (450 AEC a 70 EC)

Templo de Herodes
Este período Relata, desde a Reconstrução do Templo por Neemias, até à Destruição do Segundo Templo feito por Herodes, já no ano 70 EC pelos Romanos. Passando Claro pela colonização Helénica de Alexandre o Grande.
Os judeus estavam ansiosos por independência, haviam sido colonizados sucessivamente por vários povos uns atrás dos outros, esperavam pois por um líder Religioso que libertasse o país e o conduzisse à prosperidade, daí a espera no Messias משיח. Foi uma época rica do ponto de vista filosófico e teológico, tais como o Rabbi Hillel, contemporaneo de Jesus Cristo, e surgiram também  muitos movimentos como os zelotas, Essénios entre outros.

A Diáspora e o novo judaísmo (70-1500 EC)

Saque do Templo
Com o fim das guerras Romano-Judaicas, e a Derrota de Bar Kocbah שמעון בר כוכבא, nasce uma nova Diáspora. O massacre de "Massada", os milhares de judeus crucificados, e um povo sem templo, partem por expulsão para o exílio em todas as partes do mundo. Os judeus até então compreendiam grupos como os Fariseus, Essénios, Zelotes, Saduceus, nasce o judaísmo caraíta, e vêm nascer no judaísmo os Nazarenos, que se dividiram em Paulinos e Ebionitas, mas acabaram por se separar do judaísmo recusando lutar ao lados dos judeus na defesa do Templo, pois afirmavam que Jesus tinha previsto tal facto.
O apogeu do cristianismo deu-se com a aceitação de gentius e a simbiose de outras doutrinas como a religião pagã dos romanos entre outros. O que facilitou a igreja a tomar atitudes anti-semitas e perseguir os judeus mas também os cristãos que praticassem as leis da Toráh tais como Shabat, alimentação kosher, Pessach etc.
A partir daqui, a extição de essenios e Zelotas, e a separação dos Nazarenos, os judeus do grupo dos Fariseus é que tomam conta do judaísmo na Diáspora.


Símbolos Judaicos

Estrela de David e a Menoráh são os mais conhecidos símbolos do nosso povo.
Os principais símbolos judaicos, que identificam a nossa fé, são em primeiro lugar a própria Toráh, ou melhor a Sefer Toráh, a Menoráh, a estrela de David, a Mezuzá, o Talit, os tzitzit e a quipá entre outros que descreveremos brevemente neste blog.

Imagens

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Judaísmo

Conhecer o Judaísmo é manter viva a nossa identidade.

Se perguntarmos o que significa ser judeu, a resposta encontrada na Chabad.org.br é:
"Os judeus desafiam todas as definições de “povo” ou “nação”. Carecemos de uma raça, cultura ou experiência histórica em comum. Embora todos compartilhemos nossos direitos eternos à Terra de Israel, durante todos, exceto alguns poucos séculos dos últimos 4.000 anos a esmagadora maioria dos judeus não viveu ou sequer colocou o pé no pais judaico"
No decorrer de nossos 3.300 anos de história, o que nos tem definido como judeus é um relacionamento e compromisso. Somos judeus porque D'us nos escolheu para sermos Seu “tesouro querido entre todas as nações… um reino de sacerdotes e um povo sagrado” (Shemot 19:5-6). Somos judeus porque D'us nos escolheu para desempenharmos o papel principal na implementação de Seu objetivo na criação: orientar nossas vidas de acordo com Sua vontade, e desenvolver uma sociedade que reflete Sua bondade e perfeição.

A substância desse relacionamento, o rumo desse compromisso, é a Torá. A Torá é o conceito de D'us da realidade comunicada ao homem, o projeto que descreve o mundo aperfeiçoado visualizado pelo Criador e detalha a maneira pela qual o Inventor da Vida deseja que seja vivida.

Isso poderia parecer definir nosso Judaísmo como uma “religião”; somos judeus porque aderimos às crenças e práticas ordenadas pela Torá. Porém a própria Torá diz que não é assim.

A Torá proclama (Vayicrá 16:16) que D'us “habita entre eles em meio às suas impurezas” – que Seu relacionamento com Seu povo permanece incólume apesar do comportamento deles. Nas palavras do Talmud (Sanhedrin 44a): “Um judeu, embora tenha transgredido, é um judeu.”

Segundo a Lei da Torá, o Judaísmo de uma pessoa não é uma questão de estilo de vida ou auto-percepção: a pessoa pode estar totalmente não cônscia do próprio Judaísmo e ainda ser um judeu, ou pode considerar-se judeu, observar todos os preceitos da Torá e ainda assim não ser um judeu.

Em outras palavras, é o relacionamento entre o judeu e seu Criador que define seu Judaísmo – não seu reconhecimento da relação ou sua percepção dela na vida diária. Não é o cumprimento das mitsvot (mandamentos Divinos) que faz dele um judeu, mas o compromisso que essas mitsvot representam.

Veja os artigos completos sobre judaísmo em:

Hebraico


Talmid é a palavra hebraica para designar "aluno" ou "aprendiz", e é esta página e os posts subsequentes,que aqui estão e estarão ao longo dos próximos meses, com artigos e lições de Hebraico, para que o caro leitor seja também um Talmid, um autodidata do Hebraico, para tal bastará clicar em "Lições"
No entanto o que vos peço é para que partilhem também as vossas duvidas, e ensinemo-nos assim uns aos outros através dos posts e dos comentários.
A capa do manual acima da "EuroTalk", não é nenhuma publicidade, é um dos meios pelos quais tenho vindo a aprender hebraico como autodidata.
E é na qualidade de autodidata que tenho o prazer de partilhar convosco o que tenho aprendido, por isso agradeço de todo, as mensagens que da vossa parte possam contribuir para o aprendizado da língua sagrada.
Irei colocar um Post por semana da língua hebraica, sempre ao Domingo, por respeitar o Shabbat, mas se o caro leitor quiser aproveitar esse dia pode treinar em ler a Toráh em hebraico clique aqui, para treinar ao sábado, visto que a leitura não é proibida ao sábado antes pelo contrário é incentivada, sobretudo se se tratar da Tanack.
Portanto colocarei já no próximo domingo a Lição numero um de Hebraico, que será obviamente a aprendizagem do alfabeto hebreu, quer da letra quadrática, (amplamente conhecida) quer da letra cursiva, (esta sim, requer um esforço maior) mas confiança, domingo cá estaremos, aguardem.


Shalom e até domingo que em hebraico é Yom Rishom.


Filipe de Freitas Leal
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