O Judaísmo acolhe de facto os convertidos.
Na verdade, eles são particularmente queridos aos olhos de Deus. A sua virtude
não reside tanto no facto de aceitarem a fé judaica, visto que os homens podem
esperar a salvação na sua própria religião; mas no facto de aceitarem sobre os
ombros o fardo especial do destino dos Judeus e a obrigação de se incorporarem
num povo de sacerdotes, «filhos de Abraão» por eleição e por adoção.
«Não haverá para vós senão uma só lei,
tanto para o estrangeiro como para o natural da terra» (Nm 9, 14). (Para os
rabis, «estrangeiro» tem o sentido de «prosélito».) Assim este versículo ensina
que para a escritura o prosélito é igual ao Judeu por nascimento naquilo que
diz respeito a todos os mandamentos da Torah.
Um prosélito que o seja por sua livre
vontade é mais precioso para Deus do que todos os Israelitas que se
apresentaram perante Ele no monte Sinai. Se os Israelitas não tivessem sido
testemunhas dos travões, dos relâmpagos e dos abalos das montanhas e do retinir
das trombetas, não teriam aceitado a Torah. O prosélito, que não viu qualquer
dessas coisas, veio e deu-se por si mesmo ao Deus santo e único – bendito seja
o Seu nome – e tomou sobre si o jugo do Céu. Quem poderá, pois, mais do que ele,
ser precioso aos olhos de Deus?
Fonte:
HERTZBERG, Arthur, Rabi do Templo Emanuel, Englewood, Nova Jérsia, JUDAÍSMO, Editorial Verbo, 1981
enviado pelo Chaver Carlos Baptista da Comunidade Masorti de Lisboa.
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