quinta-feira, 26 de novembro de 2020

7ª Parashá - Vaietzé - וַיֵּצֵא


E ele partiu
Parashá: Génesis, 28:10-32:3
Haftaráh: Os, 11:7-12:12
Resumo da Parashá

E Jacob partiu da casa de seu pai Itzack, em busca da parentela de sua mãe, ou mais precisamente de seu tio Labão em Haran, antes porém deteve-se num lugar e adormeceu, tendo tido um sonho 
no qual uma escada ligada entre o céu e a terra, pelo qual desciam e subiam os anjos e sonhou com o Eterno prometendo-lhe que aquela terra lhe seria dada a si e sua descendência. Ao despertar do sono Jacob erigiu um altar dedicando-o ao Eterno e instituiu o dízimo, prometendo consagra dez por cento de tudo o que viesse a possuir.

Jacob encontrou Raquel junto ao poço e enamora-se dela, pelo que a pede em casamento, trabalhando por ela sete anos ao serviço do pai dela, todavia Labão seu sogro na noite de núpcias entregou Lea, a filha mais velha, pelo que Jacob teve de trabalhar mais sete anos para desposar Raquel. As irmãs disputavam entre si qual teria mais filhos, sendo que Raquel era estéril, tendo entregue ao seu marido a sua escrava Bilá para que através dela tivesse filhos, feito esse que foi imitado por Lea que entregou Zilpa a Jacob. Assim surgem as 12 tribos de Israel ou os filhos de Jacob. De Lea surgiram Rúben, Simeão, Levi e Judá, seguiu-se Dan, Naftali de Bilá; Gad e Asser nasceram da união com Zilpa; Issacar e Zebulon eram filhos de Lea e por fim Raquel deu à luz a José e Benjamin. Tendo também uma única filha Diná da sua união com Lea.

Passados 21 anos de trabalhar para Labão, Jacob prepara-se parar regressar à casa do seu pai, pelo que prospera em tudo o que fazia, aumentando em muito as suas posses de gado, pois o Senhor o abençoara. Inicialmente fugira sem avisar, e foi perseguido por Labão, mas depois fizeram um altar e uma aliança.  

Interpretação da Mensagem

Jacob sai da presença de seu pai, por conselho da sua mãe Raquel, fugindo de Esaú, todavia em sonho fora avisado que o Eterno estaria com ele, o que não o livrou de duras penas de trabalho, suor e lágrimas durante 21 anos, a mulher que amava, fora a segunda esposa, tendo esperado por ela 14 anos.

A esposa amada, fora a última a dar-lhe filhos, ela mesma sem nos apercebermos o porquê sofreu para poder estar ao lado de Jacob, e sofreu à espera dos seus filhos. Esta parachá revela-nos a importância de estarmos atentos (às mensagens) que o que almejamos materialmente ou espiritualmente requer um grande esforço, e o objetivo fundamental dessas dificuldades é forçar o homem a se socorrer de D-us, é a não colocar a sua vontade acima da missão que o Eterno colocou em nós.

Depois de ter trabalhado arduamente pelas suas esposas, Jacob teve de trabalhar mais sete anos para poder partir com posses, tudo o que fazia era abençoado pelo Eterno, e quando Jacob partiu era um homem próspero, amadurecido e com sabedoria.

HAFTARÁ: HOSHÊA 11:7-12:12
VeAmi Teluim Mishtuvati / E o meu povo hesita

“O meu povo hesita em voltar a mim”, é com esta frase que a Haftaráh compara a leitura da Parashá de Veietsé,  do mesmo modo que Jacób estava destinado a ser o escolhido e, seguir o caminho do Eterno, dizendo que Efraim erra com a mentira e a casa de Israel com o engano, mas a tribo de Judá permanece fiel à vontade do Eterno, um sinal que corrobora a bênção da primogenitura dada a Jacob no lugar de Esaú, o filho mais velho de Yitzaac.
Esta passagem Bíblica revela-nos a inevitabilidade da discórdia entre os homens, irmãos na condição humana  e na filiação divina, todavia, o Eterno realiza através de Jacob o seu projeto salvífico para toda a Humanidade, mantendo-se um Deus fiel aos que se mantiverem no caminho da instrução da Torá.
Oseias (הוֹשֵׁעַ), cujo nome hebraico significa literalmente, “Salvação do Senhor” refere-se aqui nesta Haftará, o descontentamento do Eterno face ao que fora prometido e não cumprido pelo povo, assim Deus afirma através do Profeta, que era um pastor a cuidar do seu rebanho, mas estes não o aceitava, viviam apenas da aparência religiosa afastando-se das coisas boas, positivas e construtivas que a religião pode e deve dar ao  individuo.
Assim sendo, o Eterno avisa que os dias não seriam longos para todos aqueles que não cumprissem os seus mandamentos.




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