D-us é revelado na Toráh, particularmente em Devarim 6,4,
(Deuteronómio) pela oração do Shemá: “Ouve Óh Yisrael, O
Senhor é o nosso D-us, O Senhor é UM (שְׁמַע יִשְׂרָאֵל ה' אֱלֹהֵינוּ ה' אֶחָד) “Shmáh
Yisrael, Ad-nai Eloheinu, Ad-nai Echad” . Temos assim uma oração que é também um mandamento, o mandamento de recita-la como expressão máxima da nossa fé.
Yisrael, Ad-nai Eloheinu, Ad-nai Echad” . Temos assim uma oração que é também um mandamento, o mandamento de recita-la como expressão máxima da nossa fé.
O Judaísmo surge como a afirmação de um povo que é contrário às tradições e
crenças dos seus vizinhos pagãos, recusando-se a adorar ídolos de imagens, ou
de reis divinizados, os homens tementes a D-us, submetem-se à crença de um Ser
Supremo, Eterno, Uno e Invisível, que se revelou no passado a Enoch e a Noé, e
mais tarde a Abraão, o pai da fé, que a propagou a seus filhos, lutando contra
a idolatria, e ensinando a incorporeidade do Eterno, mas denominando-o de
Elohim.
Se tivermos em conta que no hebraico o final de uma palavra no plural
masculino é “im” e que D-us é designado de El, então pensaríamos que a Toráh
falan-nos em Bereshit, de vários deuses, mas não é assim de facto. O plural de
Elohim, refere-se aos poderes do Eterno, da sua omnipotência, omnipresença e
omnisciência. Contudo ao crente a natureza do Eterno é inatingível na sua
compreensão, pelo que não o pode representar nem definir com conceitos
meramente humanos.
O facto de os hebreus / israelitas, acreditarem num único D-us supremo, tal
como ordenado no Decálogo ou Dez Mandamentos (עשרת הדברים)
que quer dizer As Dez Palavras, e assim forma-se a crença num D-us único, o Ser
Criador e invisível,
eterno e cuja imagem é meramente espiritual, não nega a razão, devido a que no
pensamento judaico razão e fé não são contrários, mas antes complementares, tal
como o dia e a noite, o homem e a mulher, um é o complemento do outro, nesse
sentido podemos começar a compreender o caminho do monoteísmo judaico a partir
dos ensinamentos toraídicos.
Assim, o que melhor define a fé judaica e a sua fidelidade são os treze
princípios de Moshê Maimonides, e que são o nosso credo:
1. Creio com plena fé que D-us é o Criador de todas as
criaturas e as dirige. Só Ele fez, faz e fará tudo.
2. Creio com plena fé que o Criador é Único. Não há
unicidade igual à d’Ele. Só ele é nosso D-us; Ele sempre existiu, existe e
existirá.
3. Creio com plena fé que o Criador não é corpo.
Conceitos físicos não se aplicam a Ele. Não há nada que se assemelhe a Ele.
4. Creio com plena fé que o Criador é o primeiro e o
último.
5. Creio com plena fé que é adequado orar somente ao
Criador. Não se dever rezar para ninguém ou nada mais.
6. Creio com plena fé que todas as palavras dos
profetas são autênticas.
7. Creio com plena fé que a profecia de Moshê Rebênu é
verdadeira. Ele foi o mais importante de todos os profetas, antes e depois
dele.
8. Creio com plena fé que toda a Torá que se encontra
em nosso poder foi dada a Moshê Rebênu.
9. Creio com plena fé que esta Torá não será alterada e
que nunca haverá outra dada pelo Criador.
10. Creio com plena fé que o Criador conhece todos os
atos e pensamentos do ser humano.
11. Creio com plena fé que o Criador recompensa
aqueles que cumprem Seus preceitos e pune quem os transgride.
12. Creio com plena fé na vinda de Mashiach. Mesmo que
demore, esperarei por sua vinda a cada dia.
13.Creio com plena fé na Ressurreição dos Mortos que
ocorrerá quando for do agrado do Criador.
Mordechai Shlomo Le’al
Mordechai Shlomo Le’al
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