Parashá: Números, 22:2-25:9
Haftaráh: Miquéias, 5:6-6:8
Resumo da Parashá
Balac era o filho de Tzipor rei de
Moab, e certa vez, após observar o povo judeu, temeu perante o sucesso dos
israelitas, ouvindo os relatos sobre a sua fama perante os inimigos de Israel
após a saída do Egito e a travessia do deserto; Balac observou de longe o
imenso acampamento dos filhos de Israel, pelo que concluiu no seu raciocínio
que empreender uma luta armada com Israel, poderia feri-lo, mas não vence-lo,
Balac teve então a ideia de amaldiçoar todo o povo de Israel, e acreditou que a
campanha da maldição traria mais benefícios e vitórias para os moabitas.
Decidiu-se então a difamar os
hebreus perante o povo moabita, assustando-os, alarmando os animos da população
contra Israel; após isso enviou mensageiros a Midian, para chamar o mago e
profeta Bil'am (Balaão) pedindo para que viesse até ele em Moab, para assim
poder amaldiçoar todo o Israel.
Bil'am aceita as oferta milionária
de Balac.
Bil'am (Balaão) recebe a visita dos
mensageiros de Balac, ansiãos de Moab e de Midian, que lhe expuseram a situação
pelo temor aos israelitas, e pediram que seguisse com eles, para diante de
Balac amaldiçoar todo o povo de Israel. Bil'am informou que iria consultar o
Eterno, e o que o Senhor dissesse seria o que Bil'am faria. E de noite
revelou-se o Eterno a Bil'am e disse: "Não irás com estes homens,
nem amaldiçoarás os hebreus, pois são um povo bendito". Uma vez
mais Bil'am pede um dia, e durante a madrugada D-us revela-se a Bil'am e
permite que acompanhe os Senhores até Balac, mas que só irá fazer o que o Eterno
lhe permitir.
Bil'am espancou a burra até que o
Anjo do Eterno se revelou.
A ganância por riquezas e
honrarias cegou Bil'am, de modo que o mesmo segui, a caminho a burra viu um
anjo com uma espada desembainhada e parou, e isso ocorreu por três vezes,
Bil'am agrediu violentamente a burra, até que a mesma abre a sua boca e fala, e
pergunta-lhe: "Que te fiz eu? Acaso tem sido este o meu costume desde que
te sirvo? E quando Bil'am respondeu "não" o anjo se revelou e ele o
viu. E o anjo do Eterno avisou a Bil'am para que não fizesse nem proferisse
palavra nenhuma contra o povo de Israel.
Quão belas são as tuas tendas, ó
Jacob
Perante Balac, o profeta Bil'am
informou que só faria o que o Eterno lhe permitisse, e pediu que fossem
erguidos sete altares, em cada um foi morto um boi e um cordeiro. Após a
oferenda, Bil'am profere o seu oráculo dizendo: "Como amaldiçoarei
a quem não amaldiçoou D-us, e como farei enervar a quem não enervou o
Eterno? (..) eis que é um povo que habita só, e eis que entre as nações não
será enumerado". E Balac espantado, pede uma vez mais que
amaldiçoe Israel, uma segunda e uma terceira vez, e neles foram feitos mais
duas vezes sete altares nos quais, bois e cordeiros foram sacrificados em cada
um dos altares. E ainda assim, Bil'am só proferiu o que o Eterno lhe colocava
na boca, no último dos oráculos disse: "Quão belas são as tuas tendas ó
Jacob, as tuas moradas ó Israel. Depois disto, Bil'am disse a Balac o que
deveria fazer, e o que ocorreria no futuro.
No fim da Parashá, no capítulo 25,
revela-nos que os homens de Israel se envolveram com as belas mulheres de Moab
e de Midian, errando pelo culto a outros deuses (idolatria) e pela
promiscuidade com as mulheres. Isso trouxe uma praga a Israel, na qual morreram
24 mil habitantes do acampamento de Israel.
Interpretação da Parashá
A Parashá Balac apresenta-nos
três grandes lições e ao mesmo tempo um grande mistério, é repleta de
simbologia, sendo uma das mais enigmáticas porções da Bíblia, o que a torna
bela pela sua mensagem de força espiritual.
Primeira lição, é a de
que o Eterno revela-se a quem Ele quer, neste caso embora Bil'am seja um homem
pecador, era um profeta e um mago, era cego de um olho, que estava tapado por
uma pala, e esse olho era parte do seu corpo que não pecou, porque não via nele
residia a santidade e por ele se salvou. do mesmo, modo podemos ser muito
virtuosos, mas basta uma parte pequena do nosso corpo para nos levar ao pecado
total, o coração, a mente, a língua, uma mão, um olho, e toda a alma perde-se por
uma pequena parte parte.
Segunda lição, é a de
que os que se aproximam do Eterno, são abençoados, mas aproximar-se do Eterno,
é aproximar-se da Torá, do cumprimento dos seus preceitos, das suas mitzvot,
para tal, requer também uma condição, a de que não pequemos amaldiçoando,
maldizendo, invejando, porque somos todos filhos de D-us e amados do mesmo
modo, as nossas diferenças não devem ser motivo de discórdia, mas de diálogo.
Por isso se nos aferrarmos com fé e amor à Torá e à vontade de D-us, nada temeremos.
Por outro lado é preciso entender também, que tal como o povo hebreu é um povo
isolado, separado, pouco numeroso e que está só nos momentos difíceis,
assim somos todos nós que obedecemos a palavra do Eterno.
Terceira lição, é a de
que Bil'am (Balaão) sabia onde residia a força de Israel, entendia de onde
provinha a graça e as bênçãos, ou seja, da Obediência e do temor ao Eterno,
pelo cumprimento das Mitzvot, e da observação zelosa do modo de vida reto,
para consigo, e para com o próximo, e sabia que essa bênção seria
destruída pelo pecado.
O Grande mistério, é o
pecado, senão obedecermos a uma parte do nosso corpo, seja a mente, a língua, a
vista, a mão, ou mesmo o coração, para que nos afastemos de D-us e para que
possamos pecar gravemente perdendo a salvação, se isto ocorre por uma pessoa,
perde-se uma pessoa, mas se for todo um povo, perde-se esse povo, tal como
no capítulo 25 de Número, vimos que a idolatria e a promiscuidade
levaram todo o acampamento de Israel a uma epidemia, na qual morreram 24 mil
pessoas, porque apenas algumas pecaram.
HAFTARÁ: MiQUÉIAS 5:6-6:8
VeHayáh Sheerit / O restante de muitos povos
"Seja exaltada a tua mão sobre os teus adversários, e sejam
exterminados todos os teus inimigos. E sucederá naquele dia, diz o Eterno, que
exterminarei do meio de ti, os teus cavalos e destruirei os teus carros,
exterminarei as cidades da tua terra, e deitarei abaixo todas as tuas
fortalezas, da tua mão eliminarei feitiçarias, e não terás mais adivinhadores;
do meio de ti exterminarei as imagens esculpidas e os teus altares feitos de
uma só pedra, e não te prostrarás mais diante das obras das tuas mãos". Neste trecho de Miqueias,
revela as obras que desagradam ao Eterno, e dizem-nos do modo errado como o
ser-humano ao longo dos milénios tem procurado D-us da forma errada, vendo-o no
fruto das próprias obras, na benesse da sua satisfação pessoal, buscando um
deus da sorte, ou do azar, do prazer e da ostentação, ao contrário de encontrar
D-us dentro de si e na semelhança do próximo.
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